Nesta segunda-feira, 1º de abril, um leilão virtual de uma área de 60 mil metros quadrados, localizada na Fazenda Itaquena, em Trancoso, gerou polêmica, protestos e entrave judicial. A área, avaliada em R$ 90 milhões, tinha como lance inicial o valor de R$ 54 milhões.
Indígenas da etnia pataxó protestaram em frente à Justiça Federal de Eunápolis por mais de duas horas, pedindo a suspensão do leilão. Eles alegam que vivem nesta área, que seria demarcada como terra indígena.
O juiz federal Pablo Baldivieso afirmou não haver, nos autos, elementos que justificassem a postergação do leilão por demandas ou ocupações formuladas por indígenas, uma vez que não são partes no processo de execução. Além disso, conforme informação prestada pelo leiloeiro, trata-se de área que sequer é demarcada ou ocupada por povos indígenas.
Outros fazendeiros também já haviam pedido a suspensão do leilão, o que não foi aceito. A área, que tem 600 metros de frente para o mar e se estende até a Estrada Municipal de Trancoso, já foi alvo de ações de reintegração de posse e situa-se em local de altíssimo valor imobiliário.
O terreno foi a leilão por falta de pagamento de multa ao órgão federal ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Os indígenas classificam o fato como a “maior fraude imobiliária de terras da história” e o protesto hoje só foi encerrado após uma indígena e uma advogada serem recebidas pelo juiz. Até o momento, não há confirmação se a terra foi leiloada.