Vídeos flagrantes registrados nas praias do Arraial d’Ajuda, especialmente na Praia de Araçaípe, mostram como os impactos de alterações nas areias podem prejudicar o ciclo de vida das tartarugas marinhas.
A bióloga marinha, Thaís Melo, alerta para a importância da conservação dessas espécies, especialmente durante o período de desova e nascimento das de tartarugas marinhas.
Ela relata a observação de casas e condomínios que realizam manutenção em suas cercas de eucalipto, cavando buracos na faixa de areia que poderiam representar riscos para os ninhos de tartarugas durante os meses de desovas. A falta de faixa de areia para a desova, a movimentação da areia durante a construção ou manutenção das cercas, e a iluminação inadequada nas praias são citadas como fatores prejudiciais ao ciclo de vida desses animais.
A bióloga destaca que as tartarugas desovam no extremos sul da Bahia durante os meses de setembro a abril, que são animais ameaçados de extinção. Ela ressalta a importância de direcionar a iluminação para evitar que os filhotes se desorientem e caminhem na direção oposta ao mar.
Thaís compartilha um relato sobre uma festa de casamento invadida por tartaruguinhas recém-nascidas, ressaltando como a luminosidade pode confundi-las e afetar seu ciclo de vida. Ela recomenda a consulta ao site do Projeto Tamar e a leitura do Guia de Licenciamento Tartarugas Marinhas, uma ferramenta com diretrizes para avaliação e mitigação dos impactos de empreendimentos costeiros marinhos para orientações que visam proteger as tartarugas marinhas em seu ambiente natural.